A Machu Picchu Epic é uma prova de mountain bike por etapas única no mundo, pois combina competição em alta montanha com imersão cultural nos tesouros turísticos de Cusco.
Realizada anualmente no Peru, a corrida nasceu no início da década de 2020 – sua primeira edição foi em 2021, atravessando a cidade de Cusco, Pisac, Ollantaytambo, o passo Abra Málaga até a selva de Quillabamba e Santa Teresa, culminando nas proximidades de Machu Picchu.
Quando eu vi esse evento, fiquei absolutamente entusiasmado. Apresentação linda e um ar de organização acima da média. Minha presença está praticamente confirmada e isso me deixa muito feliz. Comecei uma pesquisa e como sempre trago um vasto material sobre o evento, sobre o local e dicas de aclimatação e preparação.

Histórico e Destaques das Edições Anteriores
Desde então, a prova vem crescendo em tamanho e prestígio: em 2022 (disputada de 19 a 23 de setembro), atraiu mais competidores locais e estrangeiros, consolidando-se como uma corrida desafiadora de 5 etapas nas alturas andinas. Em 2023, a Machu Picchu Epic ganhou destaque internacional na mídia especializada, sendo apontada como uma prova “bucket list” – aqueles desafios que todo ciclista de aventura sonha em realizar.
Os marcos importantes incluem a evolução do percurso e da estrutura ao longo dos anos. A fórmula inovadora de aliar ciclismo e turismo funcionou desde o início: a cada dia os atletas competem por 3 a 4 horas e depois fazem passeios guiados a sítios históricos da região, como as terraças incas de Pisac, as muralhas de Sacsayhuamán e, ao final, a cidadela de Machu Picchu.
Em 2024, a organização introduziu novos trajetos para ampliar a experiência de MTB, mas mantendo a essência cultural – o que elevou ainda mais o nível técnico e atraiu atletas de elite e amadores apaixonados de diversas partes do mundo.
Essa edição teve como campeão geral o veterano espanhol Antonio Ortiz, seguido de perto pelo norte-americano Justin Holle, evidenciando o alto nível internacional que a prova atingiu. Para 2025, espera-se o maior número de participantes até então, consolidando a reputação da Machu Picchu Epic como uma das competições de MTB mais impressionantes do mundo e um verdadeiro desafio de corpo e mente em meio à história andina.
Machu Picchu Epic 2025: O que Esperar
Datas, Duração e Formato
A edição de 2025 já está confirmada para os dias 18 a 22 de setembro de 2025 (quinta a segunda-feira), com 5 etapas no total. Serão aproximadamente 221 km de percurso ao longo dos cinco dias, acumulando cerca de 4.000 metros de ascensão (desnível positivo) nas montanhas.
A largada ocorre na cidade de Cusco (3.400m de altitude) e, a partir daí, “a maioria das etapas sobe ainda mais” – ou seja, os ciclistas enfrentarão desafios de altitude significativos, chegando a pedalar acima dos 4.000 m nos pontos mais altos.
Apesar da altimetria exigente, a prova é pensada para atender tanto profissionais quanto amadores bem preparados: o próprio formato XCM (maratona por etapas) permite que o atleta administre seu esforço dia a dia, e a organização oferece diferentes modalidades de inscrição.
Uma característica interessante é a possibilidade de participar em menos etapas – por exemplo, há opções de pacote para 2 ou 4 etapas, além da prova completa de 5 etapas. Isso torna o evento mais acessível para quem talvez não possa encarar a semana inteira, permitindo vivenciar parte da aventura.
Outra novidade empolgante é que em 2025 estreia a categoria “duplas” (equipes de dois ciclistas) – a organização percebeu que muitos atletas gostam de encarar desafios acompanhados de um parceiro, seja amigo ou cônjuge, e agora terão uma classificação própria para times.
Haverá também as categorias tradicionais solo masculino e feminino (geral e possivelmente faixas etárias) e, segundo divulgação nas redes sociais, até mesmo uma categoria e-bike está aberta, incentivando a participação de ciclistas com bicicleta elétrica assistida em um percurso paralelo. Em suma, o formato tornou-se mais inclusivo: você pode competir sozinho ou em dupla, com bike convencional ou elétrica, e escolher entre encarar a prova completa ou parcialmente – opções para todos os gostos, desde que se esteja bem treinado para pedalar nas alturas dos Andes.
Percurso e Etapas: altimetria, quilometragem e paisagens
O roteiro da Machu Picchu Epic 2025 leva os competidores por uma verdadeira jornada dos Andes à selva peruana, passando por estradas de terra, trilhas incas centenárias, vales sagrados e picos nevados.
As cinco etapas totalizam cerca de 221 km, e cada dia reserva um cenário e desafio diferente – de lagos alpinos a florestas úmidas. A seguir, apresentamos um resumo das etapas previstas (com dados aproximados de distâncias e altimetrias, sujeitos a ajustes pela organização):
Etapa | Trecho (Origem → Destino) | Distância | Altimetria | Características e Paisagens |
---|---|---|---|---|
1 | Cusco (Sacsayhuamán) → Vale Sagrado (Taray/Pisac) | ~50 km | ~1000 m | Alta montanha: subida inicial a 4.150 m (lago Quirqucha) e longa descida panorâmica até o Vale Sagrado. Vilarejos tradicionais e rebanhos pelo caminho. |
2 | Cusco (parque de Sacsayhuamán, circuito)* | ~30 km | ~500 m | Trilhas técnicas: etapa curta e “elétrica” em trilhas incas acidentadas próximas a Cusco. Trechos singletrack com rochas, descidas rápidas e subidas curtas. |
3 | Laguna Puray (Chinchero) → Ollantaytambo | ~60 km | ~800 m | Cross-country cênico: ondulações por planaltos a 3.700 m com vista de picos nevados. Descidas empolgantes passando pelos terraços circulares de Moray e pelas Salinas de Maras antes de chegar ao vilarejo histórico de Ollantaytambo. |
4 | Ollantaytambo → Passo Abra Málaga (4.350 m) | ~42 km | ~1500 m | Etapa Rainha (montanha): subida contínua de 26 milhas vencendo mais de 1.500 m de elevação até o alto do Abra Málaga (passagem nos Andes a ~4.350 m). Esforço máximo em ar rarefeito, recompensado por paisagens andinas espetaculares e a sensação de superação pessoal no topo. |
5 | Santa Teresa (selva) → Machu Picchu Pueblo (Águas Calientes) | ~40 km | ~600 m | Transição selva-incas: estradões de cascalho seguindo o rio Urubamba, com trechos de mata subtropical. Subidas íngremes nas encostas levam os ciclistas às proximidades de Machu Picchu. Final apoteótico com a vista da montanha sagrada e descida celebratória até Águas Calientes (Machu Picchu Pueblo). |
*Etapas 1 e 2 partem de Cusco; a ordem e trechos podem variar conforme ajustes da organização.
Como podemos ver, cada etapa tem um “temperamento” próprio. A prova começa em alta altitude nos arredores de Cusco, já testando o fôlego dos atletas com subidas acima de 4.000 m e trilhas rústicas que conectam antigas comunidades incas.
- No Dia 1, por exemplo, a escalada leva até a lagoa glacial de Quirqucha (aprox. 13.600 pés) e depois despenca por trilhas e estradinhas entre rebanhos de alpacas, ovelhas e aldeias de adobe, numa das descidas mais longas da competição.
- O Dia 2 tem a menor quilometragem, porém concentra o maior percentual de single tracks: larga e termina no parque arqueológico de Sacsayhuamán, em Cusco, com trilhas estreitas e técnicas sobre terreno pedregoso – verdadeiros caminhos incas usados por moradores locais e animais de carga. Essa etapa curta (menos de 30 km) é compensada pelo ritmo intenso e técnico, exigindo habilidade para descer trechos sinuosos entre rochas e evitar erros nas cristas e sulcos.
- No Dia 3, a caravana deixa Cusco e adentra o Vale Sagrado: os ciclistas são transportados até as margens da lagoa Puray (região de Chinchero) e dali partem em um percurso variado, com trechos de XC em campos altos, vistas para nevados imponentes e descidas rápidas. Ao longo do caminho, passam por pontos turísticos icônicos – como as plataformas agrícolas circulares de Moray e as brilhantes piscinas de sal de Maras – combinando aventura e paisagem. A linha de chegada é na pitoresca Ollantaytambo, vila conhecida pelas ruínas incas e ruas de pedra.
- O Dia 4 é amplamente considerado o ponto culminante em dificuldade física: a temida subida ao Abra Málaga. São cerca de 42 km praticamente só de ascensão, saindo do vale (altura ~2.800 m) até a “teto” da prova a mais de 4.300 m de altitude. Essa etapa rainha testa os limites dos atletas – muitos pedalam por horas montanha acima, sob frio e vento, acompanhados apenas por condores e lhamas, antes de alcançar o passo abraçado pelas nuvens. A recompensa, além da vista estonteante do alto dos Andes, é um merecido chocolate quente e aplausos no finish desta que é, sem dúvida, uma das subidas mais desafiadoras que um biker pode encarar.
- Finalmente, o Dia 5 marca a transição para a vertente amazônica. A última etapa normalmente começa na região de Santa Teresa/Quillabamba, com altitudes bem mais baixas (~1.000 m) e clima tropical. Os competidores enfrentam estradas de chão sinuosas acompanhando o rio Urubamba, ganhando velocidade nos trechos planos iniciais.
Mas não se engane – ainda há subidas íngremes nas encostas para lembrar que estão numa mountain bike. Com o ar ficando mais denso e úmido, a vegetação muda para mata atlântica e plantações de café e banana.
Perto do final, já se avista a montanha de Machu Picchu ao longe, motivando os ciclistas nos quilômetros derradeiros. Em edições anteriores, a chegada foi próxima às águas termais de Cocalmayo, onde os atletas atravessavam o rio num cable car (teleférico manual) para celebrar. Já em 2024, a organização inovou permitindo aos ciclistas subirem pedalando a estrada em zigue-zague até a entrada de Machu Picchu, algo normalmente proibido – tornando-se uma ocasião especial em que bicicletas puderam alcançar o santuário inca e depois descer de volta. Para 2025, espera-se novamente um final épico em Machu Picchu Pueblo (Águas Calientes), aos pés da cidade sagrada. Após cruzar a última linha de chegada, os competidores e suas equipes podem enfim comemorar a conquista de 5 dias lendários pelos Andes, tendo seguido literalmente a “rota dos deuses incas” até uma das 7 maravilhas do mundo moderno.
Processo de Inscrição e Categorias
As inscrições para 2025 já estão abertas desde o final de 2024, com divulgação nos canais oficiais do evento. A maneira mais segura de se inscrever é através do site oficial (machupicchuepic.com) – lá o atleta preenche seus dados, escolhe a categoria e o tipo de pacote desejado.
A organização costuma oferecer descontos para early birds: por exemplo, houve uma promoção de inscrição a preço reduzido para quem confirmasse até 30 de dezembro de 2024. Após esse período inicial, os valores aumentam em etapas, aproximando-se da taxa cheia conforme o evento se aproxima.
Em termos de valores, a Machu Picchu Epic tem dois formatos principais de inscrição: o pacote “Race Only” e o pacote “Full” com logística incluída.
No pacote básico (Race Only), o atleta garante sua vaga na competição, kit do atleta, abastecimentos durante a prova e serviços básicos (suporte mecânico simples, apoio médico, etc.), mas precisa se responsabilizar pela hospedagem, alimentação fora das etapas e deslocamentos entre os locais de prova.
Já o pacote completo com logística geralmente inclui hospedagem em hotéis, translados internos (ônibus e trem durante a semana), algumas refeições e passeios turísticos – em outras palavras, uma experiência “turn-key” em que o ciclista não precisa se preocupar com nada além de pedalar.
Para quem não conhece Cusco e a região, a própria organização recomenda fortemente optar pelo pacote com logística, pois as largadas e chegadas de etapa ocorrem fora da cidade, exigindo transporte de ônibus e trem para atletas e bikes diariamente. De fato, inscrever-se com o suporte completo facilita muito a vida, dado o nível de complexidade de uma prova itinerante nos Andes.
Além do tipo de pacote, o atleta ao se inscrever escolhe sua categoria. Em 2025, como mencionado, teremos as categorias Solo Masculina, Solo Feminina, possivelmente subdivididas em faixas etárias (Open, Master etc.), a nova categoria Duplas (dupla masculina, feminina ou mista) e a categoria E-Bike (geralmente mista, para quem utilizar bicicletas elétricas de montanha).
Todos largam juntos em suas respectivas etapas, mas os resultados e premiações são separados por categoria. Importante notar que, no caso de inscrição em dupla, normalmente há um preço promocional por equipe (mais em conta do que duas inscrições individuais somadas), incentivando a participação de times. Após a inscrição online e pagamento, os atletas recebem confirmação por e-mail e passam a receber informativos da organização com detalhes preparatórios.
Na semana da prova, geralmente um dia antes da primeira etapa ocorre a retirada de kits e o congresso técnico. Em Cusco, a organização monta uma base (nos últimos anos, um hotel serviu de QG para entrega de kits, verificações médicas e briefing geral).
O kit costuma incluir placa de identificação para a bike, camisa oficial do evento, mapas ou roadbook, brindes de patrocinadores e um chip de cronometragem. Todos os inscritos devem apresentar atestado médico ou termo de responsabilidade, documento de identidade e estar aptos a pedalar na altitude.
A organização Moxie Eventos (responsável pela Machu Picchu Epic) preza pela segurança, portanto esclarece as regras no congresso técnico – horários de largada, tempo de corte (cut-off) em etapas, uso obrigatório de capacete, protocolos de emergência, etc.
Programação Oficial da Semana
A Machu Picchu Epic não é apenas uma corrida, mas sim uma semana inteira de eventos e experiências. A programação para 2025 deve seguir um formato similar ao dos anos anteriores, conforme esboçado abaixo:
Data | Atividade / Etapa |
---|---|
Até 15/09 | Chegada e aclimatação em Cusco: Organização recomenda chegar a Cusco com 3-4 dias de antecedência para se adaptar à altitude. Dias livres para turismo leve e preparação das bikes. |
16/09 (Ter) | Descanso, ajustes finais e treino leve de reconhecimento (opcional). Verificação das bicicletas por mecânicos locais, caso necessário. |
17/09 (Qua) | Recepção Oficial em Cusco: Credenciamento, retirada de kits e congresso técnico à tarde. Apresentação dos atletas locais e briefing das etapas. Noite livre – hora de descansar antes da largada. |
18/09 (Qui) | Etapa 1: Cusco (Sacsayhuamán) → Taray/Pisac (Vale Sagrado). Largada pela manhã em Cusco. Tarde: após a etapa, almoço e tour guiado opcional às ruínas de Pisac para atletas e acompanhantes. |
19/09 (Sex) | Etapa 2: Cusco (Sacsayhuamán) – circuito técnico. Largada e chegada em Cusco. Tarde: passeio cultural em Cusco (ex: tour pelo centro histórico e sítio de Sacsayhuamán). |
20/09 (Sáb) | Etapa 3: Laguna Puray → Ollantaytambo. Largada em Chinchero (transporte cedido pela manhã). Chegada em Ollantaytambo com almoço típico. Tarde: visita guiada à Fortaleza de Ollantaytambo ou tempo livre. |
21/09 (Dom) | Etapa 4: Ollantaytambo → Abra Málaga (alta montanha). Largada cedo. Após vencer o topo gelado, descida de transfer até o hotel em Santa Teresa. Tarde/Noite: comemoração informal, banhos termais de Cocalmayo para relaxar os músculos. |
22/09 (Seg) | Etapa 5: Santa Teresa → Machu Picchu Pueblo (Águas Calientes). Última largada, trechos finais na selva. Chegada triunfal em Águas Calientes com cerimônia de premiação aos vencedores. À tarde, todos os atletas têm acesso à visita guiada em Machu Picchu (ingresso incluído) – momento culminante da aventura. Noite de confraternização de encerramento. |
23/09 (Ter) | Retorno a Cusco: Viagem de trem pela manhã de Águas Calientes até Ollantaytambo, e de ônibus a Cusco, organizada para os participantes. Fim dos serviços oficiais. (Quem desejar pode estender a estadia para turismo adicional.) |
Observação: A programação exata pode ter pequenas variações (por ex., locais de partida/chegada ou passeios oferecidos), mas em geral segue-se esse cronograma integrado de prova + turismo. Note que a visita a Machu Picchu está inclusa para os atletas na terça-feira final ou na tarde de segunda, conforme a logística – essa experiência é um diferencial do evento, permitindo conhecer a cidadela inca sem ter que agendar separadamente, uma vez que a organização já coordena entradas e guias para o grupo.
Como se vê, os dias são cheios: pedal de manhã, turismo à tarde e deslocamentos logísticos à noite. Ainda assim, há uma preocupação em dar suporte total ao atleta para que ele aproveite ao máximo sem estresse.
Logística e Suporte ao Atleta
Participar de uma prova que atravessa regiões remotas do Peru pode parecer desafiador do ponto de vista logístico – mas a organização da Machu Picchu Epic oferece uma estrutura robusta para apoiar todos os inscritos.
A empresa Moxie (promotora do evento) possui ampla experiência em eventos de ciclismo e trail running no país, e cuida de detalhes que vão desde transporte de bagagens até assistência mecânica.
Para chegar à prova, os atletas internacionais devem voar até Cusco, Peru (normalmente via conexão em Lima). Cusco dispõe de um aeroporto internacional bem servido de voos domésticos.
Uma vez na cidade, o ponto de encontro geralmente é o hotel oficial do evento, onde a equipe da organização auxilia com informações e check-in. Transporte do aeroporto ao hotel pode ser contratado à parte ou incluso em alguns pacotes VIP.
Muitos atletas aproveitam para chegar com antecedência e já reservar hospedagem nos dias prévios por conta própria – porém, a partir do credenciamento oficial (17/09), quem adquiriu o pacote completo terá toda a logística de hospedagem e deslocamentos por conta da organização até o término do evento.
Um dos aspectos críticos é o transporte das bicicletas. Recomenda-se levar a bike em mala-bike rígida ou semi-rígida no avião; chegando em Cusco, muitos hotéis já estão habituados a receber ciclistas e acomodar caixas de bike.
A organização oferece auxílio de mecânicos para montar as bicicletas antes da prova. Conforme o guidebook, serviços mecânicos básicos estão disponíveis diariamente sem custo (ajustes de câmbio, freio, calibragem, pequenos reparos).
Já consertos mais complexos – montagem completa, trocas de peças, consertos estruturais – podem ser cobrados à parte, a depender da necessidade e das peças empregadas. Haverá uma equipe mecânica oficial acompanhando a prova em veículos de apoio, garantindo que mesmo avarias ocorridas no meio da etapa possam ser atendidas (dentro do possível).
É claro que cada atleta deve trazer peças de reposição específicas da sua bike (como câmaras de ar, corrente, pastilhas de freio), já que nem sempre se encontra componentes especializados em Cusco.
Durante as etapas, existe um esquema de apoio semelhante a outras ultramaratonas de MTB: pontos de abastecimento com água, isotônico, frutas e alimentos energéticos são montados ao longo do trajeto.
Equipes de resgate e paramédicos ficam estrategicamente posicionados – a segurança é uma prioridade, especialmente considerando a altitude e isolamento de alguns segmentos. Cada atleta leva também kit de hidratação e primeiros socorros básicos obrigatórios. Até hoje, a prova transcorreu sem incidentes graves; ainda assim, a organização mantém um plano de evacuação com ambulâncias 4×4 e comunicação por rádio em todo o percurso.
Entre uma etapa e outra, a logística de deslocamento é inteiramente coordenada para aqueles com pacote completo: ônibus de Cusco para as largadas fora da cidade, traslados de van entre hotéis, e até viagens de trem.
Por exemplo, após a etapa 4, os atletas e bikes são levados de van do topo do Abra Málaga até Santa Teresa; após a etapa final, todos embarcam juntos no trem até Águas Calientes.
Quem estiver no pacote básico deve planejar esses movimentos por conta própria – o que pode ser complicado em locais remotos – daí a recomendação enfática de optar pelo pacote com logística se não houver apoio externo. Como descreve o material oficial, várias etapas exigem “serviços de transferência (ônibus e trens)”, tornando o pacote logístico a opção mais prática para a maioria.
Em termos de hospedagem e alimentação, espera-se um ótimo padrão. Nos anos anteriores, os atletas ficaram hospedados em hotéis 3-4 estrelas selecionados em Cusco, Ollantaytambo e Águas Calientes.
O pacote completo incluiu café da manhã diário e algumas refeições pós-etapa. Cusco é conhecida pela excelente gastronomia, então à noite muitos atletas também exploram restaurantes locais (quando há tempo e energia!).
A organização às vezes promove uma noite de massas pré-prova ou workshops culinários – em 2024, houve até uma aula de preparo de ceviche para os participantes durante a recepção. De maneira geral, jantares de confraternização e o coquetel de premiação final fazem parte da experiência, celebrando não apenas os vencedores mas todos que concluíram a jornada.
Vale ressaltar também o apoio médico: além de paramédicos nas etapas, a estrutura inclui fisioterapeutas ou massagistas para auxiliar na recuperação pós-prova (massagens desportivas podem ser oferecidas no hotel, muitas vezes inclusas ou disponíveis mediante reserva). Em altitude, problemas de saúde podem ocorrer – a organização mantém oxigênio e pessoal capacitado para casos de soroche (mal da altitude) ou desidratação. A parceria com iniciativas sociais é outro destaque: parte da inscrição da prova é revertida a projetos como o Todos por el Morro (TXM), que desenvolve e mantêm trilhas de MTB no Peru, mostrando o compromisso do evento com a comunidade local e o esporte.
Por fim, a comunicação e cobertura midiática do evento são excelentes. Haverá fotógrafos oficiais e videomakers registrando cada dia – os participantes depois podem adquirir fotos profissionais de si mesmos em ação.
A prova também costuma ter lives de chegadas nas redes sociais, e atualizações diárias no Instagram e Facebook da Machu Picchu Epic, permitindo que familiares e amigos acompanhem à distância. Com tantos cenários de tirar o fôlego, a Machu Picchu Epic rende imagens incríveis e a organização sabe aproveitá-las para divulgar o evento mundo afora.
Favoritos, Atletas e Expectativas para 2025
A Machu Picchu Epic 2025 promete ser a edição mais disputada até hoje. A lista de inscritos ainda não está fechada, mas grandes nomes do MTB de longa distância já manifestaram interesse ou confirmaram participação.
O atual campeão, Antonio Ortiz (Espanha), é esperado para defender seu título – em 2024 ele conquistou a prova mostrando muita experiência e preparo em altitude. Seu vice-campeão, o norte-americano Justin Holle, também deve retornar depois de uma performance sólida (Holle inclusive narrou em blogs sua experiência, elogiando o evento).
Os atletas peruanos certamente virão fortes: ciclistas locais como Ebirh Arce e outros escaladores andinos conhecem bem o terreno e costumam figurar nas primeiras posições, tirando proveito da adaptação à altitude.
Além deles, espera-se uma maior participação de europeus e sul-americanos de vários países. A edição de 2024 atraiu competidores de mais de 15 nacionalidades, e a tendência é crescer.
Possivelmente veremos equipes do Brasil, Chile, Argentina e Colômbia marcando presença, bem como atletas da América do Norte e até da Ásia/Oceania em busca dessa aventura única. Com a inclusão da categoria duplas, alguns podem optar por competir em equipe – isso pode trazer duplas mistas interessantes, casais de ciclistas conhecidos ou irmãos, por exemplo.
Também a categoria E-Bike deve ampliar o leque de inscritos, incluindo aqueles que querem curtir o percurso sem a pressão competitiva total (ainda que haja classificação separada, muitos fazem mais pelo passeio).
Um indicativo do prestígio da prova é a presença de atletas de elite e amadores apaixonados lado a lado. A Machu Picchu Epic conseguiu equilibrar o profissionalismo – cronometragem precisa, segurança, premiação – com um clima de camaradagem e aventura.
Em 2025, a organização espera recorde de participantes, mas ainda mantendo um grupo relativamente limitado (estima-se algo em torno de 100 a 150 atletas, para garantir a qualidade da experiência e não sobrecarregar os locais visitados).
Isso cria um ambiente quase familiar: ao longo dos 5 dias, os competidores, staffs e acompanhantes formam uma pequena comunidade itinerante. Muitos destacam que, ao final, todos acabam se conhecendo e compartilhando histórias – você pode estar jantando ao lado do campeão da etapa no mesmo refeitório do hotel, ou trocando dicas com ciclistas de outro continente.
No quesito premiação, a Machu Picchu Epic oferece troféus especiais (geralmente artesanais, alusivos à cultura inca) para os campeões gerais e de cada categoria.
Há distribuição de medalhas de “Finisher” para todos que completam as 5 etapas – um souvenir para eternizar a conquista pessoal. Em algumas edições, houve prêmios em dinheiro simbólicos para os primeiros colocados no geral, além de brindes de patrocinadores (equipamentos, vouchers) aos destaques.
Contudo, o maior prêmio para a maioria é simplesmente cruzar a linha final aos pés de Machu Picchu, realizando um feito épico. A mídia local e internacional deve cobrir a prova; revistas de ciclismo, sites e canais de YouTube especializados já demonstraram interesse em produzir conteúdo durante o evento de 2025. Assim, os atletas favoritos podem ganhar visibilidade global se tiverem bom desempenho.
Outro destaque esperado são as presenças ilustres: comenta-se que ex-ciclistas profissionais de renome (inclusive alguns aposentados de Copa do Mundo MTB) querem participar pela experiência.
Da mesma forma, personalidades do mundo do ciclismo de aventura podem aparecer – não para “ganhar”, mas para vivenciar e depois relatar em primeira mão aos seus seguidores. Tudo isso aumenta a expectativa e deixa claro que a Machu Picchu Epic veio para ficar no calendário das grandes provas por etapas.
Em resumo, 2025 deve entregar 5 dias épicos – competição acirrada na dianteira, superação e camaradagem no pelotão, e aquela mistura inigualável de esporte e cultura que só o Peru pode proporcionar.
Dicas Turísticas e de Aclimatação para os Atletas em Cusco
Participar da Machu Picchu Epic é também a oportunidade de conhecer uma das regiões mais ricas em cultura e belezas naturais do mundo. Cusco e o Vale Sagrado dos Incas oferecem muitas atividades para quem chega antes da prova – o que é altamente recomendável, tanto para turismo quanto para aclimatação à altitude. A seguir, reunimos dicas valiosas para os atletas (e seus acompanhantes) aproveitarem os dias prévios sem comprometer a performance, adaptando-se gradualmente aos 3.400 m de Cusco e descobrindo os encantos locais.
Aclimatação à Altitude e Treinos Leves Pré-prova
Cusco está a uma altitude considerável (cerca de 3.400 metros acima do nível do mar), o que pode afetar mesmo pessoas treinadas – sintomas de soroche (mal da altitude) incluem dor de cabeça, náuseas, falta de ar e insônia.
Por isso, planeje chegar com pelo menos 2 a 3 dias de antecedência em relação à largada. Os experts sugerem “ir com calma” nas primeiras 48 horas. Isso significa: evite esforços físicos intensos assim que chegar.
No primeiro dia, descanse bastante, durma bem e faça apenas caminhadas lentas pelo centro de Cusco para o corpo começar a se habituar.
Hidratação constante é fundamental – beba água ao longo do dia, pois o ar seco e frio das montanhas causa desidratação mais rápida. Também não exagere nas refeições logo de cara: prefira comidas leves e de fácil digestão, como sopas quentes, especialmente no dia da chegada . Evite álcool nos primeiros dias, já que bebidas alcoólicas intensificam os efeitos da altitude e podem atrapalhar seu sono e aclimatação.
Neste vídeo, mostro o que usei na Atacama Spirits para amenizar o mal da altitude.
Uma dica local valiosa: chá de coca e outras infusões andinas (como chá de muña, uma erva aromática) são oferecidos em praticamente todos os hotéis de Cusco.
A folha de coca contém alcalóides que ajudam a melhorar a oxigenação do sangue e reduzir o mal-estar da altitude; tomar o chá de coca de manhã e à noite pode aliviar sintomas leves. É uma tradição andina milenar – você também pode mascar algumas folhas de coca durante as caminhadas, se desejar, ou usar balas de coca vendidas no comércio. A muña, por sua vez, tem efeito digestivo e relaxante, também útil nos primeiros dias.
Muitos visitantes relatam que esses remédios naturais ajudam bastante. Em farmácias locais, existem ainda comprimidos como “Sorojchi Pills” (combinação de ácido acetilsalicílico, cafeína e salofia) que alguns tomam preventivamente contra o soroche – consulte um médico se tiver dúvidas, mas é algo disponível.
Fique Ativo!
Nos dias anteriores à prova, é importante manter-se ativo moderadamente – afinal, você não quer “desligar” o corpo, mas também não pode se esgotar.
Uma boa estratégia é fazer treinos leves de aclimatação: pedais curtos ou caminhadas em altitudes progressivas. Por exemplo, no segundo dia em Cusco você pode fazer um giro de bike de 1 hora pelos arredores (sempre em ritmo bem leve, zona de recuperação).
Ou então, uma caminhada nas colinas próximas: subir até o mirante do Cristo Blanco (estátua acima de Cusco) ou até o sítio de Tambomachay (ruínas a 3.700 m) e voltar descendo a pé. Essas atividades estimulam a respiração e ajudam seu organismo a produzir mais glóbulos vermelhos para carregar oxigênio – essencial para encarar as subidas da prova.
Lembre-se de “não queimar cartucho”: o objetivo é apenas acostumar, não treinar performance. Evite qualquer treino intenso ou longo demais próximo à prova; confie que a preparação já foi feita em casa, e agora é manutenção.
Uma dica de ouro é intercalar descanso com exposição gradual. Ou seja, alternar um dia de atividade leve com uma boa noite de sono e relaxamento. Aproveite as manhãs (que costumam ser ensolaradas em Cusco) para se exercitar levemente, e as tardes para relaxar.
Alguns atletas levam até um rolo de treino ou utilizam academias locais para girar solto na bicicleta sem encarar trânsito ou trilhas desconhecidas – pode ser válido, mas não há nada como respirar o ar livre da montanha. Se possível, inclua passeios em altitudes variadas: por exemplo, desça ao Vale Sagrado (2.800 m) em um dia e suba a 3.800 m no outro, de forma controlada. Isso “dá choque” no corpo de forma positiva, forçando a adaptação tanto no alto quanto em níveis mais baixos de oxigênio.
Uma recomendação interessante apresentada por especialistas de turismo de aventura é se hospedar no Vale Sagrado nas primeiras noites e não em Cusco. Lugares como Urubamba (altura ~2.900 m) têm ar mais denso, o que pode facilitar a aclimatação inicial.
Muitos viajantes fazem isso antes de trilhas como a Inca Trail – ficam 1 ou 2 noites em Urubamba ou Yucay e depois retornam a Cusco já se sentindo melhor. Se você tiver essa flexibilidade, pode ser uma boa: por exemplo, chegar e ir direto do aeroporto para um hotel em Pisac (que está a ~2.972 m). Pisac, no Vale Sagrado, é um local ideal para aclimatação, pois além da menor altitude em relação a Cusco, oferece tranquilidade e um belo sítio arqueológico para visitar sem grandes esforços. No dia seguinte, suba até as ruínas de Pisac (de carro ou van) e desça caminhando calmamente pelo caminho inca até a vila – isso já exercita seu corpo a ~3.300 m por algum tempo e depois retorna a 2.900 m. Atividades assim, com “altitude intermitente”, tendem a preparar bem o organismo.
Resumindo as dicas de aclimatação: chegue com antecedência, descanse, hidrate-se, coma leve, evite álcool, use chá de coca, faça passeios curtos (preferencialmente com ganho de altitude progressivo) e ouça seu corpo.
Se sentir dor de cabeça forte, descanse mais e não force. A grande maioria das pessoas se adapta bem em 2-3 dias. E lembre-se, Cusco em si já está a uma altitude similar à de boa parte da prova – se você consegue pedalar alguns quilômetros lá sem sintomas, provavelmente estará apto para as etapas iniciais. A partir daí, a aclimatação só melhora.
Alimentação Voltada para Atletas
A nutrição adequada nos dias que antecedem e durante a competição fará muita diferença no seu desempenho. O que comemos antes é mais importante do que comemos durante, com toda certeza. Em Cusco, você terá a chance de experimentar a riquíssima culinária peruana, mas é importante fazer escolhas inteligentes pensando na prova. Aqui vão algumas sugestões:
- Carboidratos complexos e alimentos energéticos: Aproveite que o Peru é o berço da batata (são centenas de variedades!) e de grãos andinos para carregar nas reservas de glicogênio. Pratos com quinua, batata, batata-doce (camote), milho gigante (choclo) e arroz devem fazer parte das suas refeições. Uma ótima pedida para jantar é a sopa de quinoa com legumes, encontrada em muitos restaurantes – é leve, nutritiva e hidrata. Massas também são comuns em menus turísticos, então um spaghetti ao sugo na véspera da largada cai bem. Durante a semana da prova, a organização fornece alimentação pós-etapa; complete com barras de cereais, castanhas, bananas e o que estiver acostumado a comer no lanche pré-prova.
- Proteínas magras e familiaridade alimentar: Nos primeiros dias, talvez evite carnes exóticas ou muito condimentadas até ter certeza que seu sistema digestivo está ok. Alguns atletas não resistem e provam iguarias locais como alpaca grelhada ou cuy (porquinho-da-índia assado) – são proteínas magras, porém lembre que temperos diferentes podem surpreender um estômago não habituado. Prefira frango, peixe ou ovos como fontes de proteína antes das etapas. O Peru tem trutas excelentes (peixes de rio) servidas grelhadas, ricas em proteína e ômega-3. Lomo saltado (tiras de carne com legumes) é delicioso, mas por ser frito e com molho de soja pode ser pesado; se for experimentar, faça isso alguns dias antes da prova, não na véspera. Mantenha alguma similaridade com sua dieta usual de treinamento – se você não come pimenta normalmente, não vai abusar de ají e malagueta agora; se lacticínios te causam desconforto, evite o famoso queijo andino etc.
- Cuidado com alimentos crus e água: A recomendação geral para viajantes se aplica também a atletas: evite consumir vegetais crus e frutas não descascadas de procedência duvidosa, bem como água não filtrada. Embora Cusco tenha ótimos restaurantes, é bom ter prudência para não contrair uma infecção gastrointestinal às vésperas da competição. Prefira água mineral engarrafada (disponível em todo lugar) e sucos apenas de locais confiáveis. Ceviche, por exemplo, é um prato maravilhoso (peixe cru marinado no limão), mas sendo cru pode apresentar riscos – talvez deixe para experimentá-lo após a prova ou em um restaurante de alta qualidade e higiene.
- Horários e quantidade: Com a altitude, a digestão pode ficar mais lenta para algumas pessoas. Portanto, faça refeições menores e mais frequentes, se possível. Em vez de um almoço enorme que pode pesar, coma algo moderado no almoço e complemente com um lanche saudável à tarde. Muitos atletas relatam perda de apetite nos primeiros dias em Cusco – é normal pela mudança de ambiente. Mesmo sem fome, tente comer algo leve para manter a energia. Caldos nutritivos (como caldo de gallina, uma canja peruana) são ótimos para fornecer calorias e líquidos sem sobrecarregar. Leve também seus suplementos habituais se usar (géis de carboidrato, repositores eletrolíticos, multivitamínicos), pois pode não encontrar as mesmas marcas lá.
- Superalimentos andinos: Você está na terra de alimentos ancestrais poderosos – aproveite alguns deles na sua dieta pré-prova! A quinua já citada é riquíssima em aminoácidos e carboidratos de baixo índice glicêmico. Maca peruana (um tubérculo andino em pó) é conhecida por melhorar vitalidade e tem sido usada até como suplemento natural – você encontra em lojas de produtos naturais, pode misturar no suco ou aveia matinal. Chá de coca (novamente ele) antes do pedal matinal pode dar um leve estímulo parecido com a cafeína, além de ajudar na oxigenação. Frutas locais como a lucuma e a chirimoya são deliciosas e cheias de vitaminas – prove sucos ou vitaminas dessas frutas, mas sem exagero. O importante é não experimentar nada que possa te fazer mal; se quiser testar maca ou outro produto, faça-o alguns dias antes para ver como seu organismo reage.
Resumindo, mantenha uma alimentação balanceada focada em carboidratos e hidratacão, inclua alimentos peruanos benéficos, mas evite extravagâncias culinárias antes da competição. Após concluir a Machu Picchu Epic, aí sim você poderá brindar com um pisco sour, devorar um ceviche apimentado ou se deliciar com um churrasco de alpaca sem peso na consciência!
Turismo em Cusco e Arredores: o que Fazer Antes (ou Depois) da Prova
Uma viagem para a Machu Picchu Epic não estaria completa sem explorar as joias históricas e naturais que cercam Cusco. Afinal, o evento também incentiva que os participantes vivenciem a cultura Inca e a magia dos Andes. Se você chegar dias antes (ou ficar alguns dias após a prova), aqui estão as principais atrações turísticas de Cusco e região que merecem sua atenção:
- Cidade de Cusco (Centro Histórico): Antiga capital do Império Inca e declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, Cusco por si só é um museu a céu aberto. Visite a Plaza de Armas, com sua imponente Catedral de Cusco (século XVI) – vale entrar para ver os altares barrocos e pinturas da Escola Cusquenha. A poucos quarteirões, não perca o Templo de Qorikancha, outrora o templo do Sol incaico, cujas bases de pedra perfeitamente encaixadas sustentam hoje o convento de Santo Domingo. Ande pelas ruas de pedra como a Hatun Rumiyoq, onde está a famosa Pedra dos 12 ângulos no antigo palácio inca (hoje Museu de Arte Religiosa). Cusco tem diversas feirinhas de artesanato, cafés e restaurantes charmosos em construções coloniais – um passeio leve pelo centro já ajuda na aclimatação e rende ótimas fotos.
- Sacsayhuamán e as 4 Ruínas: No alto de Cusco (acessível de táxi em 10 minutos ou numa caminhada íngreme de 30-40 min) fica o parque arqueológico de Sacsayhuamán. Essas ruínas são os restos de uma colossal fortaleza inca, com muros em zigue-zague de pedras gigantes – algumas pesando mais de 100 toneladas! A vista da cidade lá de cima é panorâmica. Próximos a Sacsayhuamán estão outros três sítios: Q’enqo (um templo com labirintos esculpidos na rocha), Puka Pukara (um antigo posto militar) e Tambomachay (fontes de água e aquedutos incas, relacionado a rituais de purificação). Você pode fazer um tour de meio dia que passa nesses quatro lugares, ou explorar por conta própria. É um ótimo passeio para um dia pré-prova, pois envolve caminhadas curtas e contato com a história inca. Dica: leve chapéu, protetor solar e água, pois o sol a 3.700 m queima bastante.
- Vale Sagrado dos Incas: Assim é chamado o vale fértil do rio Urubamba, que se estende ao norte de Cusco. Além de cenário de etapas da prova, o Vale Sagrado abriga vilarejos pitorescos e ruínas magníficas. Pisac, a cerca de 33 km de Cusco, é famoso por duas coisas: seu mercado tradicional e seu parque arqueológico. Aos domingos (e também às terças e quintas em menor escala), acontece a Feira de Pisac, quando moradores de comunidades vizinhas descem para vender artesanato, têxteis coloridos, joias de prata e produtos agrícolas na praça central – uma ótima oportunidade para comprar lembranças e ver trajes típicos andinos. No alto da montanha acima da vila estão as ruínas de Pisac, com terraços agrícolas impressionantes e vistas lindas do vale; muitos consideram esse sítio como um “ensaio” para Machu Picchu de tão bonito. Ollantaytambo, mais adiante no vale (uns 60 km de Cusco), é outra parada obrigatória: o povoado preserva a estrutura urbana inca original com canais de água correndo nas ruas e pedras polidas nas construções. Dominando a paisagem está a Fortaleza de Ollantaytambo, um complexo inca com templos e andenes agrícolas que foi palco de batalhas contra os conquistadores espanhóis. Subir seus degraus é cansativo mas vale a pena – a visão do vale lá de cima é de tirar o fôlego (literalmente). Como a Machu Picchu Epic passa por Ollanta, você pode conhecer as ruínas quando estiver lá com a prova, ou antes disso se for por conta própria.
- Maras e Moray: Perto de Maras (entre Pisac e Ollanta) ficam dois pontos muito fotogênicos. As Salinas de Maras são um conjunto de milhares de poças de evaporação de sal dispostas em declive na encosta de uma montanha – um método de extração de sal que vem desde tempos incas. Nos dias ensolarados, as piscinas de sal branco com água cintilante rendem um visual surreal. Já Moray é um enigma arqueológico: consiste em enormes terraços concêntricos escavados na terra, formando depressões circulares perfeitas. Acredita-se que os incas usavam Moray como um laboratório agrícola, testando cultivos em diferentes níveis de microclima (cada terraço tem temperatura ligeiramente diferente). Caminhar entre esses círculos gigantes faz você se sentir em um anfiteatro da natureza. Ambos os locais podem ser visitados no mesmo dia (há tours combinados). Não requerem muito esforço físico além de caminhadas curtas, então são adequados como passeio pré-prova também.
- Machu Picchu: Claro, a estrela maior não poderia faltar. Muitos atletas deixarão para conhecer Machu Picchu ao final da prova, já que a organização inclui a visita guiada. Mas se por algum motivo você quiser ir antes (ou se seus familiares/apoio quiserem ir enquanto você compete), planeje com antecedência. Machu Picchu fica a ~100 km de Cusco, acessível de trem (3h30 de viagem) ou por trilha/caminho alternativo. A visita à cidadela inca requer ingresso com horário marcado e, preferencialmente, um guia para entender a história do local. Explorar Machu Picchu envolve caminhar por degraus e rampas irregulares, mas nada impede um atleta bem condicionado – só evite fazer isso na véspera de uma etapa importante para não fatigar as pernas. O ideal é realmente aproveitar Machu Picchu depois de completar a Epic, como um prêmio pessoal. Se for antes, reserve pelo menos dois dias (um para ir e pernoitar em Águas Calientes, outro para subir a ruína bem cedo e retornar a Cusco à noite). Dica: há trilhas adicionais dentro do parque de Machu Picchu, como subir o Huayna Picchu ou a Montanha Machu Picchu, que requerem ingressos extras e são bem íngremes – deixe essas ascensões para pós-prova e somente se estiver com energia sobrando, pois são cansativas.
- Outras atrações e atividades: Caso tenha ainda mais tempo na região, considere conhecer a Montanha Vinicunca (Rainbow Mountain) – aquela famosa montanha multicolorida. É um passeio de dia inteiro que inclui 3 horas de trekking até 5.000 m de altitude; definitivamente não faça antes da prova (seria muito desgastante), mas pode ser uma aventura incrível para depois, se suas pernas aguentarem. Outro local belíssimo é a Lagoa Humantay, lago turquesa a 4.200 m também acessível via trilha (bate-volta desde Cusco). Para quem curte história, o Museu Inka em Cusco e o Museu de Arte Precolombino são interessantes e não tomam muito tempo. E um passeio urbano imperdível: o Mercado de San Pedro, em Cusco, onde você vai sentir os aromas e cores da vida local – frutas exóticas, queijos, pães, ervas medicinais, tudo lado a lado. Um suco natural feito na hora ali custa baratinho e é revigorante.
Em suma, chegar antes para se aclimatar oferece a chance de explorar: passear pelo Vale Sagrado (Pisac, Ollanta, Maras, Moray) enquanto seu corpo se adapta, visitar ruínas próximas e vivenciar a cultura que cerca a Machu Picchu Epic. Isso não só enriquece sua viagem como também pode melhorar seu desempenho, já que você estará mais ambientado e motivado pelas paisagens e história que testemunhou. E após a prova, relaxe e celebre – seja mergulhando na história de Machu Picchu ou brindando com os amigos em Cusco, você terá completado uma façanha épica digna das montanhas peruanas.
Boa aventura e nos vemos na trilha para Machu Picchu!